Será que compensa migrar uma rádio AM para FM - Saiba quanto vai custar essa migração para as emissoras AM

Quanto vai custar para migrar uma rádio AM para FM
Atualização: Saiba quanto cada emissora pagará para migrar 

Em novembro deste ano, a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto que permite a migração das emissoras de rádio que operam em AM para a faixa FM. Com isso, essas emissoras que vinham agonizando nas últimas décadas, ganham um novo folego. No entanto, nem tudo são flores, essa migração envolve custos com equipamentos e outorga o que pode acabar dificultando para emissoras pequenas e com pouco aporte financeiro. O governo espera que 95% das emissoras AM migrem para o FM.

Mas afinal, será que compensa migrar uma emissora que opera em AM para uma faixa em FM? O presidente da Associação de Emissoras de Rádio e TV do Rio de Janeiro – AERJ, Hilton Alexandre, foi enfático ao afirmar que essa migração é uma questão de sobrevivência para as rádios AM. Ele afirma ainda que nos últimos anos, o AM vem passando por uma gradativa e contundente queda no que tange a audiência e participação no mercado publicitário, os jovens simplesmente não gostam de ouvir rádio AM porque a qualidade do áudio é ruim.

Por questões físicas, o sinal das rádios AM sofre mais interferências que o rádio FM, aparelhos elétricos, raios solares, tempestades, energia elétrica, veículos automotores, construções, enfim, muitas coisas provocam ruídos na propagação em AM, dificultando a captação e a qualidade do sinal.

Em contrapartida, as rádios FM vem aumentando seus índices de audiência desde a década de 80, com som mais limpo e presente hoje em dia em dispositivos móveis (celulares, tabletes, etc), essas emissoras tem grande aceitação junto ao público (de todas as faixas etárias).

Vale ressaltar que, apesar da melhor qualidade do sinal em FM, as rádios AM conseguem ter uma amplitude de cobertura muito maior, ou seja, a área coberta por uma emissora AM, com potência similar à FM, geralmente é muito superior. Mas, será que vale a pena ter uma ampla área de cobertura e viver com baixos índices de audiência? A emissora que optar pela migração, terá sua potência em FM equivalente a que tinha no AM. 

Inicialmente, as associações de emissoras de rádios, estimaram que o custo da migração para o FM ficará entre R$ 70 mil e R$ 80 mil. Em todo país, a compra de equipamentos para suprir a migração das rádios vai movimentar algo próximo de R$ 115 milhões.

O radiodifusor deve saber que apesar das vantagens, a migração terá custos, pois, terão que comprar todos os equipamentos necessários para operação de uma rádio FM, além de pagarem a diferença da outorga de AM para FM no município de concessão.

O Portal Tudo Rádio, divulgou um levantamento realizado pela Associação das Emissoras de Rádio e TV de São Paulo – AESP que estima os custos que as emissoras em AM terão que arcar para migrar para o FM. Lembrando que os valores a seguir levam em conta somente os custos para implantação do parque de transmissão e estúdios da emissora. Não entra nesta conta os custos com outorga. O Ministério das Comunicações vai divulgar por meio de portaria os custos e valores oficiais em janeiro de 2014, mas, acredito que não ficarão muito distantes dos valores a seguir:

Emissora AM de classe C, que opera entre os canais AM 540 e AM 810
Segundo o engenheiro Alexandre Boareto, da empresa EMC Soluções em Telecomunicações, uma emissora que hoje opera no AM na classe “C” e entre os canais de 540 KHz e 810 KHz, migrará para a Classe “B1” de potência em FM. Neste caso, os custos destas emissoras com a compra de equipamentos (estúdios, transmissor e sistema irradiante), é estimado entre R$ 211 mil a R$ 341 mil.

Emissora AM de classe C, que opera entre os canais AM 820 e AM 1100
A emissora que opera no AM na classe “C” e entre os canais 820 KHz e 1100 KHz pode migrar para o FM ocupando a classe “B2” de potência. Os custos necessários para a compra de equipamentos (estúdios, transmissor e sistema irradiante), são estimados entre R$ 182 mil a R$ 312 mil. 

Emissora AM de classe C, que opera entre os canais AM 1110 e AM 1610
Uma emissora que hoje opera no AM na classe “C” e entre os canais 1110 KHz e 1610 KHz será alocada no FM também na Classe “C” de potência. Neste caso, os custos envolvidos na migração da emissora ficarão entre R$ 179 mil e R$ 309 mil.

Emissora AM de classe B, que opera entre os canais AM 1180 e AM 1610
Hoje, uma emissora que opera no AM na classe “B” e entre os canais 1180 KHz e 1610 KHz, migrará para o FM na classe “A4” de potência. A migração destas emissoras deve custar entre R$ 226 mil a R$ 391 mil.

Quais frequências em FM estarão disponíveis às emissoras AM?
Existem duas situações distintas neste caso, vejamos. Em cidades onde não existem muitas emissoras instaladas na frequência modulada (como é caso de 99% dos municípios brasileiros), as emissoras AM serão migradas para a faixa FM de 87.9 a 107.9 MHz, faixa esta atualmente utilizada pelas rádios comunitárias e comerciais pelo Brasil afora.

Já nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a faixa FM está completamente saturada pela grande quantidade de emissoras em funcionamento, o governo brasileiro vai “esticar” o espectro radiofônico em FM, destinando a faixa entre 76 e 87.9 MHz (atualmente utilizada pelos canais de TV que operam nos canais 5 e 6 (VHF) às rádios AMs que migrarem para o FM.

O problema de “esticar” a faixa FM, é que, atualmente a maioria dos aparelhos vendidos no mercado só conseguem sintonizar as emissoras localizadas nas faixas FM entre 87.9 e 107.9 MHz. Para resolver o problema, o governo pretende dar um prazo de cinco anos às emissoras que resolverem migrar, assim, elas poderão operar em AM e FM durante esse período, enquanto os fabricantes comecem a desenvolver aparelhos preparados para sintonizar as faixas FM localizadas entre 76 e 107.9 MHz.

Lembrando que atualmente as emissoras de televisão que funcionam nos canais 5 e 6 VHF, serão desligadas até 2016, quando, o sistema de TV Digital (HDTV) deverá ser implantado em todo o país. Assim, as frequências FM de 76 a 87.9 MHz serão destinadas às emissoras migrantes do AM, isso nos grandes centros.

Vantagens e desvantagens da migração para FM
Vantagens
A emissora vai ganhar audiência, porque o som é mais limpo, será sintonizada em dispositivos móveis, como celulares e tabletes, sofrerá menos interferências em seu sinal, terá menos gastos com energia elétrica e manutenção da aparelhagem.

Desvantagens
A principal desvantagem apontada por alguns radiodifusores, diz respeito a perda do alcance da cobertura da emissora a grandes distâncias. Outro problema apontado, é em relação ao custo dos equipamentos necessários para se efetivar a migração para o FM. É fato que para conseguir migrar, a emissora terá que praticamente construir uma rádio nova, com transmissor e estúdio próprios para transmissão em FM.

Além disso, deverá ser paga a diferença entre a outorga de AM para FM. Todos os valores ainda serão definidos por portaria do Ministério das Comunicações no início de 2014.

Quando minha emissora poderá solicitar a migração para FM?
A expectativa é de que o Ministério das Comunicações publique em janeiro de 2014, uma portaria regulamentando a migração. Após a publicação da portaria, as emissoras terão um prazo de 12 meses para solicitar junto ao ministério a migração.

Após receber o pedido de migração, tanto a Anatel como o Ministério das Comunicações irão avaliar, caso a caso, a disponibilidade de espaço no espectro radiofônico de cada localidade, seguindo estritamente o plano básico de distribuição de canais. Depois da autorização do Ministério das Comunicações, essas emissoras poderão continuar operando nas duas faixas (AM/FM) por um período de cinco anos, até a migração definitiva para o FM.

O Brasil não terá novas emissoras operando em AM
O governo brasileiro não abrirá novas concessões de emissoras em amplitude modulada – AM a partir de 2014. Hoje, em todo o país existem 1.772 rádios AM em operação, elas estão classificadas de acordo com a sua classe de potência: local (classe “C”), regional (classe “B”) e nacional (classe “A”). estima-se que 95% das emissoras em AM migrem para FM.

As emissoras que não quiserem migrar para o FM, poderão solicitar junto ao Ministério das Comunicações o aumento de sua potência, assim, uma emissora de caráter regional, poderá solicitar a mudança de classe para Nacional.

Conclusão
Portanto, a migração é essencial para a sobrevivência das emissoras AM, que outrora foram de grande importância, mas que, nos últimos anos definharam em face da popularização das FMs. A maioria das emissoras AM, especialmente aquelas de classe “B” E “C”, passam por sérios problemas financeiros, simplesmente não conseguem alavancar sua audiência e vêem o mercado publicitário cada vez mais apostando nas rádios FM.

Migrando para FM, essas emissoras ganham novo ânimo e poderão continuar prestando serviços, veiculando notícias, informações, esportes e entretenimento à população com muito mais qualidade de sinal e som. Certamente, o retorno financeiro a médio e longo prazo compensarão os custos da migração. Além disso, há fortes indícios de que o governo irá lançar um plano especial de financiamento para que os radiodifusores possam comprar os equipamentos necessários para colocar sua rádio em FM.


Os proprietários de emissoras AM, que andavam desmotivados, agora podem comemorar, faça o que for possível e solicite junto ao Ministério das Comunicações a migração de sua emissora para FM, não durma no ponto. Acesse o site do Ministério das Comunicações e fique por dentro da migração das rádios AM/FM.

11 Comentários

  1. kkkkkk, eu duvido muito que isso dê certo. pra mim é mais uma lambança desse governo medíocre da Dilma Rousseff. imagine rádios de alcance nacional como a globo do rio, Record, capital, tupi de são Paulo, gaúcha de porto alegre, Itatiaia e por ai a fora, virando uma radiosinha de alcance limitado, em 87,9? só na cabeça desse povo mesmo!

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    1. Verdade Neuzi. Não vai dá certo. Eles estão enganados. O que o FM tem de audiência local, o AM tem em audiência Regional e Nacional. Isso é Proporcional. Se isso acontecer, já era o nosso radinho.

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    2. Neuzi, somente as emissoras em classe local ou regional poderão migrar para o FM. Além disso, as rádios regionais podem solicitar mudança de classe para o nacional em AM. Portanto, as grandes emissoras em AM não migrarão para o FM. Somente aquelas rádios em AM, com baixa e média potência migrarão.

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  2. kkkkkk, eu duvido muito que isso dê certo. pra mim é mais uma lambança desse governo medíocre da Dilma Rousseff. imagine rádios de alcance nacional como a globo do rio, Record, capital, tupi de são Paulo, gaúcha de porto alegre, Itatiaia e por ai a fora, virando uma radiosinha de alcance limitado, em 87,9? só na cabeça desse povo mesmo!

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  3. Vale a tentativa, porque o sistema AM é obsoleto, receptivo a todas as interferências possíveis. Essa história de emissoras importantes com alcance nacional é coisa do passado. As pessoas ouvem a rádio "da sua tribo". Quando querem ouvir algo diferente, há milhares de estações na Internet. O governo faz muito bem nesse migração. Só deveria acelerar a definição do sistema digital a ser implantado, que está muito demorado.

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  4. sou operador de transmissor aqui em feira de santana na radio cultura rede record, ja estamos com as barbas de molho, é uma questão de tempo para sermos todos demitidos, bom para ums ruin para outros

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    1. ABERT, AESP, AIR e sindicatos dos radialista não querem saber da família dos radialista que trabalham nos transmissores AM no BRASIL.
      Vamos ser migrado pela telemetria nos transmissores de FM.
      lemos py1jlm.

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    2. ABERT, AESP, AIR e sindicatos dos radialista não querem saber da família dos radialista que trabalham nos transmissores AM no BRASIL.
      Vamos ser migrado pela telemetria nos transmissores de FM.
      lemos py1jlm.

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  5. Migração de AM para FM... Uma lamentável farsa para que se implante o rádio digital iboc. Ou seja, péssimo...! Sistema totalmente fechado e que só funciona no FM, eis aí o fundamento para a migração. Porém, o excelente DRM (que ninguém fala) funciona em FM tanto quanto em AM (Ondas Médias, Ondas Curtas, Ondas Tropicais), um verdadeiro show de tecnologia, com excelente qualidade de áudio em quaisquer faixas e o melhor... é livre...! Ou seja, não tem que pagar nada que não seja o custo de desenvolvimento do sistema, algo significativamente menor que o iboc. Uma pena tudo isso. Veja como exemplo o que fizeram com as transmissões em ondas curtas, deixaram minguar a troco de que? Com que benefício? Para a AM? daí agora é irmos pra FM?! Tudo errado e desnecessário...!!!

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  6. Vão migrar altos valores financeiros para alguém.

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  7. Acho que poderia dar certo se as radios AM operassem na FM utilizando retransmissoras, assim como acontece com a TV. Desta forma poderiam ter alcance nacional com sinal bom. Acabar com as AMs de alcance nacional é realmente uma pena.

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