Para a arquiteta e professora da Universidade de Brasília (UnB), Sylvia Ficher, os problemas rodoviários de Brasília são decorrentes do crescimento, da metropolização e da “imprevidência” do planejamento posterior à instalação da capital. Em sua opinião, “não há permeabilidade urbana” e é preciso estabelecer novas ligações e melhorar o transporte coletivo.
Ela, no entanto, assinala que os problemas de tráfego em Brasília estão em seu DNA: “a visão de futuro que se tinha na década de 1950 era do urbanismo rodoviarista”.
“Brasília foi pensada à época da entrada da indústria automobilística. As pessoas só iriam ao centro para trabalhar, tudo seria feito nas superquadras. Esse modelo de funcionamento comunitário não conseguiu se efetivar. Talvez tivesse dado certo, se a cidade se mantivesse pequena”, lembra o sociólogo Márcio Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná e autor da tese de doutorado “Estudo sobre o imaginário brasileiro: a cidade de Brasília e o mito da nação”.
O geógrafo Aldo Paviani, também professor da UnB, faz um diagnóstico semelhante e aponta a necessidade de aumentar, por exemplo, os ramais do metrô para a Esplanada dos Ministérios, a Asa Norte e o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Mas além das ligações, é preciso descentralizar as atividades econômicas do DF, assinala.
As regiões administrativas precisam ficar “mais auto-suficientes, Brasília tem que ficar menos centrada”, concorda Regina Meyer, ex-estudante da UnB e hoje professora do Departamento de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Agência Brasil
Fonte da Foto: G1
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